A 18ª Exposição Internacional de Arquitetura - La Biennale di Venezia, intitulada O Laboratório do Futuro, terá sua inauguração oficial no sábado, 20 de maio, e permanecerá aberta ao público até 26 de novembro de 2023. A ocasião inclui a cerimônia de premiação, durante a qual o júri internacional presidido por Ippolito Pestellini Laparelli concederá os prêmios oficiais: o Leão de Ouro para a melhor Participação Nacional, o Leão de Ouro para o melhor participante, e o Leão de Prata para um jovem participante promissor. O Leão de Ouro pela Trajetória de Vida será entregue a Demas Nwoko, artista, designer e arquiteto nascido na Nigéria.
Para esta edição da Bienal, foram convidados 64 participantes nacionais para organizar exposições nos pavilhões nos Giardini, Arsenale e no centro da cidade de Veneza. A Nigéria participa pela primeira vez da Bienal enquanto que o Panamá estreia primeira seu próprio pavilhão. Seguindo a direção geral proposta pela curadora Lesley Lokko, uma infinidade de desdobramento são explorados nas exposições apresentadas nos pavilhões nacionais.
Países como Canadá, República Tcheca, Ucrânia e Estônia estão focando em questões sociais urgentes presentes em suas regiões, desde a crise habitacional até conflitos armados ou condições de trabalho deficientes. Outros, como Estados Unidos, Bélgica, Alemanha ou Bahrain, questionam o uso de recursos e encontram potencial no caráter único de seus países. Enquanto alguns pavilhões adotaram um tom lúdico, como é o caso da Letônia, outros estão abrindo debates sobre temas abrangentes maiores, como a decolonização, no caso do Pavilhão do Brasil, ou a descarbonização e sustentabilidade, abordados por países como Espanha, Turquia, Chile ou Países Baixos.
Além dos pavilhões nacionais, foram anunciados 9 eventos colaterais que desdobram as perspectivas e temas explorados na Bienal. Os eventos, aprovados pela curadora Lesley Lokko e promovidos por instituições nacionais e internacionais sem fins lucrativos, ocorrem em diversos locais espalhados pela cidade. Eles incluem exposições focadas na experiência migratória, na relação entre linguagem e paisagem, ou na sabedoria das práticas tradicionais, como aquelas praticadas ao longo da história de Taiwan. Como parte dos eventos colaterais oficiais, a Fundació Mies van der Rohe concederá o prêmio Young Talent 2023 como parte do EUmies Awards, enquanto a New European Bauhaus está organizando conferências como prática para um laboratório do futuro.
Pela primeira vez, o foco está voltado para a África e a Diáspora Africana, essa cultura fluida e interligada de pessoas de ascendência africana que agora se estende por todo o globo. O que queremos dizer? Como o que dizemos irá mudar alguma coisa? E, talvez o mais importante de tudo, como o que dizemos irá interagir e impregnar aquilo que 'outros' dizem, de modo que a exposição não seja uma única história, mas múltiplas histórias que refletem o desafiador, magnífico caleidoscópio de ideias, contextos, aspirações e significados que é cada voz respondendo às questões de seu tempo? — Lesley Lokko
Esta edição também inclui uma colaboração com o Victoria and Albert Museum, em Londres, na forma do Projeto Especial do Pavilhão das Artes Aplicadas, que apresenta uma exposição intitulada Tropical Modernism: Architecture and Power in West Africa, com curadoria de Christopher Turner (V&A) em colaboração com Nana Biamah-Ofosu e Bushra Mohamed (AA). Além disso, o programa O Laboratório do Futuro é enriquecido pelo Carnival, um ciclo de eventos de seis meses que inclui palestras, mesas-redondas, filmes e performances.
Concebido como um espaço de libertação em vez de um espetáculo ou entretenimento, o Carnival oferece um espaço de comunicação no qual palavras, visões, perspectivas e opiniões são trocadas, ouvidas, analisadas e lembradas. Políticos, tomadores de decisão, poetas, cineastas, documentaristas, escritores, ativistas, organizadores comunitários e intelectuais públicos compartilharão o palco com arquitetos, acadêmicos e estudantes. Este programa de eventos públicos é cada vez mais uma forma de prática arquitetônica que tenta reduzir a lacuna entre arquitetos e o público. — Lesley Lokko
Além disso, durante as Sessões da Bienal, universidades, academias de belas artes e outras instituições de ensino superior realizarão visitas de grupos de pelo menos 50 estudantes e professores. Isso enfatiza o papel educacional assumido pela Bienal na última década, dedicando maior atenção a atividades de aprendizagem e iniciativas educacionais direcionadas ao público.
Acompanhe a cobertura completa do ArchDaily para a Bienal de Arquitetura de Veneza 2023: O Laboratório do Futuro.